segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pedaço meu

Minha infância foi uma época que deixou muitas saudades.


Saudades das bagunças, os micos da escola, como é difícil ser você na sociedade, cuidado! -Se você pinta um cachorro de rosa no primário, você pode ser rotulado (burro, “sem noção!”). Eu que o diga. Já passei por isso.

Hoje me deu uma saudade do meu começo, minha entrada no mundo das injustiças, as brincadeiras com minhas amiguinhas de escola, Natalia, Luana, Luciana, Carla, Michele, foi uma época boa, que nunca mais vai voltar. Lembro-me o quanto era difícil participar das brincadeiras na sala de aula, era muito tímida. O que tenho mais saudades é do meu sobrinho, caçula por sinal, Guilherme, meu companheiro de aventuras, estávamos descobrindo o mundo, como brincávamos, brigávamos, era meu sobrinho irmão, quatro anos mais novo.

Lembro do dia que minha irmã passou em casa com um pacotinho branco, como era branco, com uma roupinha branca, era um ratinho enrolado, tempos bons que jamais voltarão. O tempo passou, o ciúme surgiu, todos os anos, íamos juntos à pecuária, brigávamos muito, saímos para comprar calçado, éramos amigos, como foi difícil ver meu sobrinho, companheirinho de aventuras com uma menina (“ciúme de tia é terrível!”), espero que você esteja feliz meu amado sobrinho. Hoje tive saudades dos meus primeiros passos (quando se é criança tudo é mais fácil, você não tem responsabilidades, a vida é uma eterna brincadeira, todos te acham engraçadinho, o tempo passa e você não tem mais graça!). Outros chegam e roubam o seu lugar.

Minha infância foi uma fase boa, tive muitas experiências, fui muita amada, meu pai era meu herói, brincávamos muito. Os passeios com minha irmã Maria, as viagens com o padrinho Sancré, a macarronada da madrinha Gercione, os desfiles com minha irmã Aida (as roupinhas que ela fazia pra mim, eram Mara!). Os meus passeios com meu pai (ele tinha muito orgulho de mim, era como se fosse seu troféu, “Eh papai quanta falta você faz! Há dez anos meu pai querido se foi/Deus o chamou). O padrinho Manoel, íamos sempre ao seu bar, “comer uma coxinha”, na morada do sol eu visitava meu irmão João (boquinha), fora as nossas viagens para Joviâna, íamos sempre visitar meus irmãos, Luiz, Zeferino, Abadia, sem deixar de passar em Goiatuba para ver minha irmã Maria, Itumbiara era para falar um oi para minha irmã Izabel, Panamá morada da tia Abadia, adorava os morrinhos, como era bom ir lá, eu e o Guilherme íamos brincando (dávamos tchau para os carros que o padrinho ultrapassava).

Hoje restaram apenas lembranças. Essas vão permanecer guardadas sempre no meu coração!

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